Saudade e só.

Tudo flui, menos eu. Tenho a impressão que ando mas não saio do lugar. Péssima impressão de que o tempo está indo e eu estou ficando pra trás. Devo aprender que as coisas mudam, e que eu devo acompanhá-las. Mas o que fazer se odeio mudanças? Odeio coisas fora do lugar, odeio ter que me adaptar. E quando elas vão, não acho lugar para encaixar outros no lugar das passadas. Para mim não existe a ação de substituir. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E a culpa disso tudo não é minha. É da terrível solidão que se tornou minha companheira, e me acompanha onde vou. Hoje, em pleno desespero, corri pros braços de minha mãe. O que ela disse? "Vai fazer um bolo de chocolate pra adoçar sua vida.". Eu fiz. Ela veio experimentar e perguntou se eu estava melhor. Falsifiquei um sorriso no rosto e respondi que sim. Fingir um sorriso é a coisa que mais faço ultimamente. Alguém conte a mamãe que não é um doce que vai me adoçar, não é um punhado de açúcar ou uma barra de chocolate. Meu doce é alguém, e meu doce ficou amargo. Além da amargura, agora só sinto saudades. Pra amenizar a saudade fico com as lembranças, a única coisa que me consola, mas ao mesmo tempo me machuca. Por favor, eu preciso agora de uma máquina do tempo, já que de jeito algum consigo te tirar do meu pensamento, e de jeito algum consigo te esquecer. Me machuque mais, volta pra mim, ou por favor, suma da minha vida de uma vez.

"Te mando retalhos de amor"